Não só falam, como reclamam, chamam, conversam com os adultos, queixam-se da vida e explicam o que lhes vai na alma!
Ontem, a Tica estava em cima da minha cama. Quando andamos ocupados e não lhe podemos dar atenção, deita-se lá, sozinha. Também é o sítio onde ela agora mais gosta de brincar.
Quando passei pelo quarto, dei-lhe umas festinhas e segui para a casa de banho. Estava a começar a lavar os dentes quando ela me aparece à porta a miar, a chamar-me para ir até ao quarto brincar com ela. Lá fui por um bocadinho, até que resolvi voltar à tarefa que tinha deixado. Pego na escova e aparece-me a Tica, novamente, à porta a miar e a reclamar a minha presença no quarto!
E lá fui eu mais uma vez, satisfazer os desejos da menina!
À terceira, consegui finalmente despachar-me. Quando já estava disponível, chamei-a. Veio disparada para a sala, para se deitar no meu colo.
No final da noite, quando nos levantámos do sofá para ir para a cama, foi a primeira a chegar ao quarto. E, ao ver que ainda andávamos às voltas de uma lado para o outro, pôs-se em cima da cama a olhar para nós, à espera, como que a dizer "então, quando é que vêm para aqui?"
Nos dias de mais frio, a Tica costuma dormir dentro da cama connosco, mais precisamente, do meu lado. Eu fico em forma de conchinha, e ela fica ali encostada às minhas pernas e barriga. Mas é claro que, durante a noite, me mexo e ela acaba por ficar com o peso dos cobertores e edredão todo em cima dela.
Esta noite, quando acordei, estava virada para o lado contrário à Tica. Quando me virei para ela, e percebi que ela tinha o peso todo em cima, assustei-me.
E tive os meus 5 segundos de pânico quando lhe toquei no corpo e não senti a sua respiração. Acreditem que pensei no pior. Tive medo que a gata tivesse morrido ali asfixiada.
Se calhar é uma completa parvoíce, mas só sosseguei quando chamei o seu nome e ela se espreguiçou um bocadinho! Mas, pelo sim, pelo não, passei o resto da noite a tentar que a roupa ficasse em cima de mim, e não dela.